sábado, 1 de dezembro de 2018

Bulhão Pato, retratado por José Campas

Enquanto estivemos no Lazareto, eu frequentava muito a casa do Tio Pato. Foi sempre muito meu amigo e dava-me o grande prazer de falar comigo em muitos assuntos. Eram horas muito agradáveis para mim as que ficava na sua tão bondosa e inteligente companhia [...]

Retrato de Bulhão Pato (Caparica), José Campas, 1908.
Ilustração Portugueza 27 de abril de 1908

Um dia, convidou o Dr. Afonso Costa para o ir visitar. Ele e seu irmão, foram almoçar comigo à minha Escola, no Lazareto e depois fomos a casa de Bulhão Pato. O Tio Pato ficou muito contente, falaram bastante do presente, do passado, do futuro.

Retratos de Bulhão Pato e Isabel Pato (Caparica), José Campas, 1908.

Do passado lembrou o Tio Pato, a Sogra de Afonso Costa, que também se recordava muito de factos passados na sua mocidade em que o Tio Pato era admirado.

Último retrato de Bulhão Pato, José Campas.
Ilustração Portugueza, 10 de março de 1913

À saída tirámos um retrato que deve estar na minha mala ou na pequena caixa de madeira existente em casa de meu Filho Nuno. Nessa fotografia estavam: o irmão do meu apaixonado e uma Mulher, ele, e o Afonso Costa, seu irmão, eu e mais pessoas, conhecidas ou não, que na rua se juntaram. [...] (1)


(1) Ilda Jorge de Bulhão Pato, Pedaços da minha vida – narrados desde 11 de Fevereiro a 19 de Abril de 1971 cf. Maria Manuela de Moura Pereira, As escolas maternais de Ilda Jorge de Bulhão Pato

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Retratos de Bulhão Pato

Mais informação:
Exposição José Campas (Obra publicada por ocasião da exposição patente no Salão Bobone, Lisboa, de 16 a 31 janeiro de 1929; tem uma relação de museus, galerias e colecções que possuem obras do artista)


José de Sousa Ferreira Campas.
Pintor, natural de Lisboa, nasceu a 14/06/1888 e faleceu a 04/01/1971.
Tirou o Curso de Pintura na Escola de Belas-Artes de Lisboa, obtendo o Prémio Anunciação em 1905-1906. Estagiou em Paris, onde expôs com êxito de 1918 a 1922.
Foi discípulo de Carlos Reis, Jean Paul Laurens, Léon Bonnat, Raphael Collin e J J Duval.
Com os seus quadros recebeu honrosos galardões, como a 1ª medalha em pintura na Sociedade Nacional de Belas-Artes, estando representado no Museu Nacional de Arte Contemporânea [???].
Publicou na imprensa portuguesa valiosos artigos de crítica de arte e polémica, especialmente em "A Voz", tendo sido delegado do Governo Português na Exposição Internacional de Paris, em 1935.
Foi Professor do Ensino Técnico, tendo sido Director das Escolas Técnicas de Lagos e de Abrantes, e emérito restaurador de quadros antigos.
Executou obras apreciáveis tanto de figura como de paisagem [...]
cf. Quem É Quem, Portugueses Célebres, Círculo de Leitores, 2008

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