terça-feira, 26 de dezembro de 2017

José Manuel Soares, pintor e ilustrador

José Manuel Soares [† 31 de dezembro de 2017] nasceu em São Teotónio, Odemira, a 7 de Setembro de 1932. Muito jovem ainda, com 10 anos de idade, logo mostrou vocação para o desenho e para a pintura, inspirando-se nos mestres ingleses da aguarela.

Picagalo, Meia-Lua (embarcação tradicional da Costa da Caparica), pintura de José Manuel Soares (detalhe).
Imagem: Almada na Historia, Boletim de Fontes Documentais 11 e 12
cf. Elizabete Tavares Ferreira, Costa de Caparica..., Almadarte, 1991.

Começou a trabalhar em desenho de publicidade e, simultaneamente, a partir do Natal de 1950 com uma capa para a revista "Diabrete", em Banda Desenhada. Colaborou em quase todas as revistas do género: "Cavaleiro Andante", "Lusitas", "Fagulha", "Mundo de Aventuras", "Pimpão" e outras.

Livros de estudo, romances, jornais humorísticos e revistas marcaram, igualmente, a sua vastíssima obra como ilustrador e caricaturista.

Cara Alegre, Revista de bomhumor, ilustrações de José Manuel Soares, 1955.
Imagem: O gato alfarrabista

Dedicando-se também à Pintura (1ª Arte), a esta se entregou mais intensamente, sentindo que profissionalmente era mais aliciante do que a Banda Desenhada (9ª Arte). 

A ala dos namorados, José Manuel Soares a partir de adaptação de Artur Varatojo do romance de Campos Junior.
Imagem: Páginas de BD

No entanto, se houvesse em Portugal uma Academia de Banda Desenhada, indubitavelmente José Manuel Soares aí estaria por mérito e justiça e poucos pares teria. Foi um dos maiores na Banda Desenhada em Portugal! 

A ala dos namorados a partir de adaptação de Artur Varatojo (detalhe), reedição Editorial Futura de 1986.
Imagem: O gato alfarrabista

José Manuel Soares era um admirador convicto dos célebres pintores contemporâneos, como Malhoa, Carlos Reis, Henrique Medina, Alberto de Souza e Alberto Reis (que foi o seu grande Mestre).

Do ponto de vista estético, a sua pintura apresenta uma certa analogia com as célebres gravuras inglesas, destacando-se ainda como um excelente executante d e desenho e pintura documental.

A ala dos namorados, pintura José Manuel Soares.
Imagem: Joaquim Manuel da Fonseca (fb)

As suas expressões e posturas, aliadas à atmosfera que as envolve, uma sucessão contínua de luz e sombra, de natureza e vida, espelham os mais genuínos símbolos da idiossincrasia portuguesa. Recriou no seu figurativo de portugalidade, bem real, milhares e milhares de motivos de aldeias, vilas e cidades do nosso país, identificado sobretudo com o século XX.

Os seus quadros, de um estilo pessoal e inconfundível, são, sobretudo, documentários preciosos de paisagens idílicas e de costumes da época. De especial relevo são as representações das gentes do campo, de recantos — nomeadamente, da velha Lisboa e dos seus vetustos monumentos — e dada a minúcia a que o pintor se entregou, ficam a atestar não só a sua arte e capacidade de realização, como também um passado pitoresco que não volta.

Excelente paisagista e impecável retratista, principalmente dos mais idosos, José Manuel Soares consegue sempre surpreender-nos com os seus desenhos. A maior parte dos seus quadros incide sobre temas sociais.

Arco da Conceição, Lisboa (detalhe), José Manuel Soares, 1971.
Imagem: P55

O Mestre esclarece dizendo que "o social está impregnado em toda a parte, porque a própria paisagem tem sempre presente o homem que plantou ou semeou a árvore e parte da vegetação, e é impossível dissociarmo-nos dessa faceta humano-paisagística".

O drama da vida quotidiana, a tragédia da solidão e os problemas do dia-a-dia encontram no Mestre Pintor um intérprete apaixonado e apaixonante.

Travessa dos fiéis de Deus, Lisboa (detalhe), José Manuel Soares,
Galeria do Mercado de Sant'Ana, Leiria.
Imagem: Rui Pascoal (fb)

Artista vigoroso e sério, de técnica dominadora e minuciosa, é dos mais impressionantes da sua geração. Foi nos motivos sobre a História de Portugal que revelou todo o seu apaixonado patriotismo e o seu orgulho pela terra que o viu nascer. 

A comprovar a sua faceta de nacionalista convicto ficam, para a posteridade, a descrição de emocionantes batalhas, nomeadamente as de Aljubarrota, Alcácer-Quibir, Ameixial, Atoleiros, Montes Claros e Salado;

as telas de figuras marcantes da nossa Historia, nomeadamente Viriato, D. Afonso Henriques, Martim Moniz, D. Nuno Álvares Pereira, D. Henrique, Vasco da Gama, D. Sebastião;

e as pinturas de monumentos, como a Torre de Belém, Mosteiro da Batalha, Janela do Convento de Cristo em Tomar, Mosteiro dos Jerónimos, Torre dos Clérigos, e outras.

Assim, o Mestre José Manuel Soares pode ser muito justamente considerado um historiador de Portugal. 

Muitos foram os portugueses que aprenderam por manuais escolares por si ilustrados, oferecendo-nos com a sua apreciada obra uma visão privil egiada da fundação da nacionalidade e da epopeia marítima.

Por isso, muitas destas obras-primas podem ser consideradas como verdadeiros símbolos nacionais, pois reflectem o espírito do nosso país visto por um dos m aiores artistas contemporâneos.

O Mestre José Manuel Soares residiu em Lisboa, Leiria e Costa de Caparica. 

Pescador da Costa da Caparica, José Manuel Soares, 1964.
Imagem: Exposição do Mestre José manuel Soares, 2011

Alcançou durante a sua vida profis sional os seguintes prémios: 3º - Medalha pela Sociedade Nacional de Belas Artes (1953), 2º - Medalha pela Sociedade Nacional de Belas Artes (1956), 1º - Medalha pela Sociedade Nacional de Belas Artes (1957); 1º Prémio Secretaria de Estado da Cultura (1979); 1.° Prémio (Desenho) Salão d a Escola Ferreira Borges (1978); Medalha de Ouro Escola Ferreira Borges (1982); Medalha de Prata Salão Motivos do Ribatejo (1983); 1 º Prémio (Óleo) - Salão da Escola Ferreira Borges (1984); 1º Prémio (Desenho) Salão do Ribatejo (1984); 1.° Prémio das Selecções do Reader's Digest (1994); Diploma de "Honra ao Mérito", concedido em 1995 pela Academia de História do Amazonas , da República Federativa do Brasil; Prémio Banda Desenhada, Galardão “O Mosquito" (1996); Medalha de Ouro da Casa do Ribatejo ( 2001).

Foi ilustrador do livro "Aljubarrota e a sua Batalha" da distinta escritora Odette de Saint-Maurice e das capas dos discos do artista Vicente: "Hino à Batalha”, "Monsanto — Deus Te Proteja" e "Rosas Vermelhas para Adélia".

Aljubarrota e a sua batalha, Odette de Saint-Maurice, 1989.
Ilustrações de Arte Ilustração José Manuel Soares.

Efectuou mais de m eia centena de exposições de pintura, ora individuais ora colectivas, estando representado em Museus nacionais e estrangeiros, bem como em Galerias e colecções particulares. A sua 56ª exposição foi realizada no Hotel Costa de Caparica no dia 11 de Fevereiro de 2002, intitulada "As Duas Margens - Lisboa e Costa de Caparica". 

Costa da Caparica, Pescadores reparando as redes, José Manuel Soares, 1960.
Imagem: Exposição do Mestre José manuel Soares, Cultura Avieira, 2011

Trabalhava já na exposição "Monsanto e Costa de Caparica" quando, a 8 de Abril de 2002, foi vitima de uma doença grave, que impediu desde então José Manuel Soares de nos deliciar com o mu ito mais que ainda havia a esperar da sua genial mestria e arte. (1)

Inclinamo-nos, reverentemente, perante a valia e a dedicação de um Homem que colocou na maioria dos seus quadros a representação dos temas sociais e a defesa dos direitos humanos. Ilustrou alguns dos manuais escolares por onde aprendi a melhor conhecer e a amar a Ditosa Pátria Lusitana.

Graças ao empenho de bons amigos e admiradores que a obra do Pintor, Mestre José Manuel Soares está já perpetuada num Museu com o seu nome na cidade de Pinhel, inaugurado no ano de 2014.

Nada mais justo e digno.

Em 1987 o Pintor passou a ser cúmplice de Monsanto e Monsanto do Pintor. Tendo-se deslocado, a nosso convite, pela primeira vez a esta freguesia do concelho de Idanha-a-Nova, para elaborar a capa do disco "Monsanto, Deus te Proteja", ficou tão impressionado com tanta beleza que deixou outros projectos em mão e se entregou logo, de alma e coração, ao valioso trabalho de divulgação das maravilhas da "Aldeia Mais Portuguesa".

Dessa feliz e saudosa visita, na década de oitenta, resultaram dezenas de obras da sua arte pictórica simbólica, com a marca da sua sensibilidade e lirismo, sempre numa interpretação fiel da poesia e cor própria desta pequena aldeia raiana.

Por isso o Mestre Soares faz também parte das histórias de vida que as casas e os penedos de Monsanto vão contar pela vida fora, eternamente.

Em 2009 "mendigámos", junto da Casa Civil do senhor Presidente da República, que num Dia de Portugal fosse distinguido o mérito cultural do Pintor José Manuel Soares.

Inauguração da exposição Ditosa Pátria Lusitana em homenagem ao Mestre José Manuel Soares.
Mêda, 27 de Novembro de 2008.
Imagem: Radio Monsanto.

Fomos então "enrolados" em esfarrapadas desculpas burocráticas e... vemos agora algumas das condecorações serem atribuídas segundo critérios subjectivos e muito discutíveis.

Teima-se tanto em sensibilizar o povo para o valor das obras de Miró! Nas comemorações do Dia de Portugal persiste-se em distribuir medalhas a rodos, algumas delas como quem distribui “rebuçados”, com salvaguarda dos casos de justiça e merecimento, que felizmente também são muitos…

Angustia-me que o Pintor da Portugalidade continue a não ter o reconhecimento institucional e a viver quase ignorado na sua residência, na Costa de Caparica, onde neste dia 7 de Setembro, completa 84 anos de idade.

O Grande Mestre José Manuel Soares tem pleno direito a ser HONRADO, JUSTIÇADO E LEMBRADO, premiando a sua vastíssima obra, com representação em museus nacionais e estrangeiros, bem como em galerias e colecções particulares.

Monsanto, 07 de Setembro de 2016

Seu amigo e admirador Joaquim Manuel da Fonseca (2)

Inaugurado em agosto de 2014, o Museu José Manuel Soares ocupa o primeiro piso do antigo Paço Episcopal, datado do século XVIII.

Inauguração do Museu José Manuel Soares em Pinhel a 25 de agosto de 2014.
Imagem: lifecooler

O museu acolhe uma parte significativa da obra daquele pintor natural do concelho de Odemira.

As primeiras salas dão a conhecer a vida e a obra do mestre, com informações acerca do seu percurso de vida e também das exposições em que participou, informações acompanhadas de objetos pessoais e até de alguns trabalhos que ficaram por concluir.

Painel da imprensa em exposição no Museu José Manuel Soares em Pinhel.
Imagem: lifecooler

Mostra-se ainda a obra, dividida em três partes distintas: Ilustração, História de Portugal e Paisagens e Monumentos.

José Manuel Soares, para muitos, e em Pinhel agora também, o Mestre José Manuel Soares, pintor, não de paredes, que também pintou algumas, mas com a mesma arte, nasceu em São Teotónio, Odemira, Alentejo, província da qual pintou paisagens agrestes e secas ou doces de ribeiros, pormenores da duríssima vida rural, ou monumentos históricos, as que vendeu, vendeu, as que não quis vender estão agora, não em Odemira, mas em Pinhel.

O mestre Soares foi muito novinho, adolescente, para Lisboa, com o lápis na ponta dos dedos e as imagens na alma. 

Um dos primeiros desenhos de José Manuel Soares em Odemira aos 8 anos.
Imagem: Amo-te Odemira (fb)

Ilustrou banda desenhada, revistas de humor, livros de lazer e escolares, fixou-se em Lisboa, foi galardoado várias vezes em concursos e exposições, pintou pormenores de rua, pormenores de vidas, monumentos, sítios já desaparecidos, de tudo o que pintou e não quis vender, não está agora em Lisboa, está em Pinhel.

O mestre Soares amava a Costa da Caparica e aí alugou, e depois comprou, onde residir.

Costa da Caparica, À beira do mar, José Manuel Soares.
Imagem: Exposição do Mestre José manuel Soares, 2011

Ele ainda lá está, há quase dez anos imobilizado, apenas os olhos vivos e alguns movimentos de lábios inaudíveis.

Costa da Caparica, Cozendo as redes, José Manuel Soares, 1974.
Imagem: Exposição do Mestre José manuel Soares, 2011

Mas o que restou dos seus retratos de pescadores, de faina piscatória, dos pormenores das arribas, dos recantos das casinhas populares, não ficaram na Costa, nem em Almada, estão agora em Pinhel.

Nos últimos anos da década de setenta do século XX o mestre Soares veio a Leiria, a convite duma galeria, a primeira galeria privada da cidade, expor dos seus trabalhos. E encantou. Paisagens alentejanas, ribatejanas, lisboetas, os pescadores da Costa, os portais dos monumentos, ou artesãos de ofícios desaparecidos.

Tudo com pormenor impressionante. Não impressionista, mas impressionante. E encantou-se, como se a “balada do encantamento” de D. José Pais de Almeida, popularmente “dentro de ti, Ó Leiria”, o tivesse enfeitiçado.

Comprou um pequeno apartamento na Rua do Coronel Artur Paiva e começou a pintar Leiria. De dia, de noite, a toda a hora. As horas mortas dos outros eram as suas mais vivas. Leiria e arredores. Recantos das Cortes, das Fontes e da Batalha. 

Exposições históricas em datas centenárias. A monumental exposição, no Dia da Cidade, em 1986, onde todos os quadros representavam Leiria com todo o seu encanto de solidão nocturna.

O castelo em quase todos, que de todos os lados se vê o castelo em Leiria, e as fontes e os recantos mais recônditos e românticos. As entidades oficiais da época, e as seguintes, embora tendo sido alertadas para o facto, não se interessaram pelo espólio do mestre Soares. 

Vista do castelo de Leiria, José Manuel Soares.
Imagem: Rui Pascoal (fb)

Nem um exemplar figura em qualquer museu público da cidade. Estão, agora, em Pinhel.

Soares nunca foi a Pinhel. O mais próximo que pintou de Pinhel foi Monsanto. E também com paixão e pormenor impressionantes. Idanha-a-Nova ainda tentou adquirir o espólio. Mas a tentativa falhou.

Meda candidatou-se a seguir [v. Espólio de mestre José Manuel Soares na Mêda], organizou uma exposição grandiosa, inaugurada por pelo Presidente Cavaco Silva e também desistiu.

Mêda, cartaz da exposição Ditosa Pátria Lusitana, 2009.
Imagem: Joaquim Manuel da Fonseca (fb)

Pinhel quis, preparou as instalações, muito dignas instalações e inaugurou, no passado dia 25 de Agosto, seu Dia da Cidade, o Museu José Manuel Soares. 

Cartaz da inauguração do Museu José Manuel Soares em Pinhel.
Imagem: lifecooler

Agora Pinhel, porque os responsáveis da cultura da Cidade não "cederam" a opiniões de críticos de arte, que não pintam senão paredes, avançaram com a obra e agora têm lá todo o espólio do romântico Mestre Pintor José Manuel Soares, a biografia, fotografias de "família", a banda desenhada, os quadros com recriações das mais significativas batalhas e heróis da nossa História, desenhos mais perfeitos que fotografias de monumentos nacionais, os bois, as árvores, os lagos, os pescadores, o mar.

Pescador da Costa da Caparica remendando as redes, José Manuel Soares, 1966.

E têm-nos porque fizeram por os merecer, porque são de textura impressionante. Todas as outras cidades, que tinham o dever de adquirir, pelo menos a parte que aos seus sítios dizia respeito, não o fizeram por isso mesmo: por serem de "tessitura" impressionante e não impressionistas, modernistas, surrealistas, cubistas, "ectcetristas", conforme os críticos aconselham a quem queira comprar arte ou... instalar museus novos.

De qualquer modo, o espólio de Mestre Soares, emigrando, seguiu as normas actuais do país: deita-se fora o bom e recolhe-se a caca. Também, quando mãe é madrasta, é melhor ser bem adoptado. Ou, como diz o povo, guardado está o bocado para quem o há-de comer.

Pinhel tem agora um museu aonde quer levar os alunos das escolas para "verem" a História.

Por falar em fotografias e pintura realista. Ângela Vimonte, esposa de José Manuel Soares, pinta principalmente naturezas mortas.

Hortensias, pintura de Ângela Vimonte, Galeria do Mercado de Sant'Ana, Leiria.
Imagem: Rui Pascoal (fb)

Em Castelo Rodrigo fotografei uma hortênsia, a flor "natal" de Ângela Vimonte. Depois, em casa, comparei a minha fotografia com um quadro dela. Fiquei triste e muito abalado: na minha representação de hortênsias faltava o orvalho da sua saudade. (3)


(1) Exposição do Mestre José manuel Soares, Cultura Avieira, 2011
(2) Reconhecimento nacional ao mérito do pintor da portugalidade (fb)
(3) Jornal das Cortes: Porquê Pinhel?

Mais informação:
Notícias da Gandaia
Amo-te Odemira (fb)
Joaquim Manuel da Fonseca (fb)
Rui Pascoal (fb)
Bedeteca Portugal
Páginas de BD: José Manuel Soares
BDBD
O gato alfarrabista

2 comentários:

Unknown disse...

Como afilhado (mas do coração) dos artistas, e no dia em que me informaram do falecimento do meu padrinho Mestre Soares, leio estes belíssimos contributos e verto mais lágrimas. Em vida, a Justiça foi pouca... será agora que faleceu que Portugal reconhecerá o valor do Mestre? Fica o desabafo com a partilha da notícia do seu falecimento. Tinha 85 anos de idade.

Afonso Brandão - Jornalista disse...

José Manuel Soares é/foi um Artista cuja Obra e Percurso acompanhei ao longo de 40 anos. Fomos bons amigos. Antologiei o Mestre SOARES em «Cor & Luz -- Ensaios de Domingo/1», para a Editorial VIGO, SA. (Lisboa, 1988). Mais tarde, escrevi vários artigos para a Pág. ARTES PLÁSTICAS do Semanário «O DIABO» (que podem ser consultados nas Edições de 8 de Março de 2019, 15 e 22 do mesmo mês. Considero que seja um documento válido, em termos de achega. Depois de muitas lutas inglórias, finalmente, a realização de um sonho antigo: o seu Museu em Pinhel. Merecido e inteiramente justo. Descansa em Paz, Meu Querido Amigo. Até um Dia, Até Deus!

Afonso Almeida Brandão
(Jornalista e Crítico de Arte)
Lisboa, 20 de Maio de 2020