domingo, 15 de maio de 2022

Lancha sávara

Lancha sávara é um barco de pesca da família das canoas de tábuas de tipo mesopotâmico, com proa e popa pouco alteadas quando comparado com o barco do mar (Espinho a Vieira de Leiria) ou o meia-lua da Caparica.

O Pio na pancada do mar, Fonte da Telha.
autor não referido

A sua área de difusão é a Caparica e a Fonte da Telha. As suas dimensões são 5,00 x 1,85 x 0,70m.



A sua propulsão é por remos. (1)

O barco pequeno, como veio a ser chamado um novo modelo que foi construído nos estaleiros navais do Porto Brandão, Talaminho, no Seixal e em Cascais, mantinha as mesmas estruturas que os antigos, foi sobretudo construído para resistir eficazmente ao mar e ao tempo, mantendo-o dessa forma capaz de navegar com segurança de modo a justificar a qualidade do material aplicado no revestimento estrutural esquelético e na respectiva parte lateral do costado com madeira de pinho para tornar o barco mais leve.

Costa da Caparica, Pescadores arrastando o seu barco, ed. Passaporte, 371, réplica colorida de Passaporte-Loty n° 66, c. 1960.
Delcampe

No fundo que é plano, foram usadas madeiras mais espessas de pinho brando.


Desenho do saveiro Deus te guie da Costa da Caparica.
Museu de Marinha

O modelo depois de acabado de construir, afastava-se da grandeza da proa e da popa que ostentava o esbelto meia-lua, uma elevação que envolvia o sentimento de admiração quando era olhado e apreciado, revelava uma forma de traços contínuos, repletos de suavidade onde sobressaía a riqueza harmoniosa de beleza estética da formação da pro que se recurvava de ponta para cima, a bradar ao céu como que a querer dizer, estou aqui.

Costa da Caparica, Saindo para o mar, ed. Centro de Caridade N. Sra. do Perpétuo Socorro, 173.
Delcampe

Foi toda esta beleza que o grandioso antigo meia-lua exibiu para deleite da gente que o admirava e o considerou como a saveiro de linhas mais lindas que apareceu a navegar no litoral português. (2)


(1) Centro Português de Fotografia (cf. Octávio Lixa Filgueiras)
(2) Mário Silva Neves, Tu, Costa Minha!... o passado e o presente, 2002

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