No fundo fotográfico Sampaio Teixeira, com tratamento arquivístico em curso no Arquivo Municipal de Lisboa, interessa-nos na amostra disponível, que cremos dos anos 40 do século passado, dois elementos que nos rementem para acontecimentos de triste memória:
Quanto ao "dandy", figura de proa veraneante, que, com os pés nos golfiões, segura a bica do meia-lua, veja-se a informação abaixo.
Costa da Caparica, fundo fotográfico Sampaio Teixeira. Arquivo Municipal de Lisboa |
- o nome da embarcação, Portugal, cuja homónino protagonizou o naufrágio de 1904, conforme referimos em Saveiro Portugal da companha Victorino que naufragou na Costa de Caparica;
- e a malograda matrícula, T-122-F, que retoma aquela dada em 1923 ao "Triste Pensativo" (também nome de infeliz escolha) de maior infortúnio em 1929, como também relembramos em A tragédia do Pensativo por Norberto de Araújo.
Quanto ao "dandy", figura de proa veraneante, que, com os pés nos golfiões, segura a bica do meia-lua, veja-se a informação abaixo.
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Documentação produzida e acumulada entre as décadas de 1930 e 1990, por António Sampaio Teixeira, que compreende um conjunto documental com as seguintes temáticas: fotografias pessoais e de família; fotografia de cena em teatros de revista (1956-1974); fotografia de ópera e de bailados, no Teatro Nacional de São Carlos e Teatro Nacional D. Maria II, no Coliseu e Teatro da Trindade (1969-1974); fotografias em praias (Cascais, Caparica) (1)
António Artur Sampaio Teixeira nasceu em Vila Real, na freguesia de São Pedro, a 22 de Julho de 1911. Filho de António Augusto Alves Teixeira, também fotógrafo, e de Maria Celeste Sampaio, ambos naturais do distrito. O pai foi um dos mais destacados fotógrafos de Vila Real e, quando faleceu, possuía, já há largos anos, um reputado estabelecimento na rua Direita, denominado Photografia Vila-realense.
Costa da Caparica, fundo fotográfico Sampaio Teixeira. Arquivo Municipal de Lisboa |
A dedicação de António Sampaio Teixeira à fotografia parece ter sido mais por vontade e gosto, do que por necessidade. Com morte do pai, em 1918, por febre pneumónica, terá assumido, com a mãe, o estabelecimento fotográfico da família. Porém, a sua assiduidade era muito irregular, já que, o gosto pelo motociclismo, o desviava frequentemente das responsabilidades profissionais.
A mãe morreu em 1929 e, nesse mesmo ano, ainda com 18 anos, Sampaio Teixeira solicitou, com a sua irmã, a emancipação, que foi autorizada pelo tribunal. A partir daqui, são quase nulas as informações sobre Sampaio Teixeira.
O seu espólio fotográfico mostra-nos, neste período, um conjunto de fotografias de cabarets parisienses, mas nada nos indica que tenha vivido, com regularidade, naquela cidade. Certo é que, a partir dos anos 40, foi encontrado como fotógrafo de cena, na grande maioria dos teatros de revista da capital, sobretudo, no Parque Mayer (nos teatros Capitólio, Variedades, Maria Victória e ABC), trabalho que executou até aos anos 70.
A partir deste período, encontram-se, também, trabalhos fotográficos no Teatro Nacional e no Teatro Nacional de São Carlos, onde retratou diversas óperas e bailados. Particularmente interessantes são as fotografias das companhias que, a partir do 25 de abril de 1974, se apresentaram em Lisboa, como ballet do Teatro Bolshoi, de Moscovo, ou o Ballet Nacional de Cuba. Sampaio Teixeira foi militante do Partido Comunista Português e a sua militância levou-o, frequentemente, a registar imagens de acontecimentos políticos em Portugal, tais como, comícios políticos e outras iniciativas de associações ou organismos ligados àquele partido. (2)
(1) Guia de Fundos do Arquivo Municipal de Lisboa
(2) Idem
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Saveiro Portugal da companha Victorino que naufragou na Costa de Caparica
A tragédia do Pensativo por Norberto de Araújo
O naufrágio do Pensativo
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