Bulhão Pato por Alberto Carlos Lima. Arquivo Municipal de Lisboa |
Bulhão Pato, que sempre viveu modestamente, fora morar para uma casinha na Lapa. Antes de fechar o contracto, impoz ao senhorio a condição de nunca lhe aumentar a renda. Este aceitou a cláusula e concluiu:
— "Esteja V. Ex.a tranqüilo. O homem conhece-se pela palavra e o boi pelos c...".
Passados tempos, o senhorio escreveu ao poeta, e, invocando pretextos especiosos, avisou-o que lhe aumentava a renda.
Dias depois, dirigiu-se a casa do inquilino, a fim de saber a resposta.
— "A resposta, gritou Bulhão Pato lã de dentro e apoplético de cólera, a resposta é que, não podendo já conhecêl-o pela palavra, o fico conhecendo pelos c...".
Nas salas do romantismo, chamavam a Bulhão Pato — o Pato bravo... (1)
(1) Pinto de Carvalho, Lisboa de Outrora (vol. i)
Mais informação:
Alexandre Flores, Bulhão Pato e a sua mudança para a Outra Banda... para o Monte de Caparica...
Leitura relacionada:
Bulhão Pato, Livro do Monte, georgicas, lyricas, Lisboa, Typographia da Academia, 1896
Tema:
Bulhão Pato
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