Costa da Caparica, Praia do Sol. Bairro dos Pescadores, Cruz Louro, 1934. BestNet Leilões |
Sem qualquer preocupação de seguir uma escola ou imitar A, B ou C, seguia indiferentemente ao que no Mundo se desenrolava nos variadíssimos campos das Artes Plásticas, o meu caminho ou destino, sem qualquer ambição ou preocupação que não fosse aquela de conseguir realizar aquilo que os meus olhos viam e os meus sentidos apreciavam.
José Raimundo Gonçalves por Cruz Louro em 1934 João Raimundo Gonçalves |
A Beleza estava em todos os lados para onde me voltasse e, a minha maior ambição, era a de transmitir ao papel, tudo quanto via e sentia, sem a transfigurar, sem mentir, sem fugir à Verdade. Queria ser descritivo, queria ser mais do que um escritor ou um poeta; queria, enfim, que os meus desenhos falassem e contassem aos vindouros, à História, pela imagem, por onde passei e pelo que desenhei. [Te-lo-ei conseguido?] (1)
Costa da Caparica, interior de uma barraca de pescadores, Cruz Louro, 1930. Delcampe |
Sem qualquer apoio económico, trabalhou sempre para se sustentar. Aos 26 anos, com a profissão de "empregado no comércio", conclui o curso da Escola Comercial de Ferreira Borges (Carta de Curso de 14 de Julho de 1930).
Costa da Caparica, Convento dos Capuchos, Cruz Louro, 1933. Delcampe |
Em 1933 termina o curso de "Habilitação às Escolas de Belas Artes" na Escola Industrial de Fonseca Benevides (Diploma de 21 de Agosto de 1933). Por esta altura já deixara o trabalho no comércio, tendo passado a desempenhar funções de "servente-jornaleiro", primeiro na Escola Industrial de Fonseca Benevides, Arte Aplicada (de 7 de Março de 1933 a 31 de Janeiro de 1935) e depois na Escola Industrial de António Arroio (de 1 de Fevereiro de 1935 a 8 de Junho de 1936).
Fonte da Telha, Dois barcos, História pela imagem dos barcos na Costa de Caparica, Cruz Louro, 1971. Cruz Louro |
Ainda nesta escola desempenhou funções de "auxiliar de secretaria" entre 9 de Junho de 1936 e 5 de Fevereiro de 1942.
A Fonte da Telha (Costa da Caparica, Praia do Sol), Cruz Louro, 1937. Cruz Louro |
Durante o período de vida em Lisboa, morou no Bairro dos Pescadores, na Costa da Caparica, realizando várias exposições em Lisboa e Almada. (2)
O pintor Francisco da Cruz Louro (retratado a guache por Manuel Lima em 1932 na Costa da Caparica). Vida e Obra do Pintor Cruz Louro |
Uma nota apenas. Concluído o Curso Superior de Pintura, de 1.° Classe, em 17/3/1951, com a classificação de 15 valores, na Escola Superior de BeIas Artes, do Porto, dedíquei-me de alma e coração ao ensino de Desenho. Fui professor nas seguintes Escolas e Liceus: Escola de Arte Aplicada de António Arroio, de Lísboa; Escola de Arte Aplicada Soares dos Reis, do Porto; Escola lndustrial e Comercial de Guimarães; Escola Industrial e Comercial de Marinha Grande; Professor e Director na Escola Técnica Elementar de Margão (Estado Português da índia); Escola Industrial e Comercial de Pangim (E. P. I.); Escola Técnica Elementar de Mapuçá (E. P. I.); Professor e Professor-Secretárío no Liceu Nacional de Quelímane (Estado Português de Moçambique); no Liceu António Enes, de Lourenço Marques (E. P. M.); Escola Técnica Elementar Joaquim Araújo, Lourenço Marques (E. P. M); Escola Técnica de Serpa e na Escola lndustrial e Comercial de Moura (Secção Liceal). (3)
(1) Francisco da Cruz Louro, Autobiografia em Álbum Ilustrado - Terras de Portugal, Edição do autor, 1973
(1) Ana Catarina Louro Parente, Vida e Obra do Pintor Cruz Louro, 2014
(3) Francisco da Cruz Louro, op. cit.
Mais informação:
Cruz Louro
As Nossas Raízes (fb)
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