Remédio salvador da gente pobresinha,
Que andava na penúria ha pouco n'esta terra!
Costa da Caparica, Adriano de Sousa Lopes (1879 - 1944). Imagem: MNAC (museu do Chiado) |
Venha o norte a puchar dos píncaros da serra;
Voltemos, com o arado, o flórido ervaçal.
Correndo tempo assim pinta um anno real!
Costa da Caparica, Adriano de Sousa Lopes (1879 - 1944). Imagem: MNAC (museu do Chiado) |
Deus o traga! As paixões, na sanha rancorosa,
Andam-se a remorder; emquanto na cardosa,
Na volta do trabalho, alegres os ganhões,
Aquentam á lareira as mãos e os corações!
Costa da Caparica. Pescadores puxando as redes, Adriano de Sousa Lopes (1879 - 1944). |
Não podem entender,
Na sua ingenuidade, os ecos taciturnos,
Que chegam do paiz diários e nocturnos;
Ecos para tremer!
Costa da Caparica, Manhã na praia da Caparica, Adriano Sousa Lopes (1879 — 1944). Imagem: MNAC (museu do Chiado) |
O tempo vae seguro.
N'ete profundo azul que vence os Apeninos,
Na graça e no primor de dias crystalinos,
A tragedia refoge!... O futuro? O futuro?! (1)
(1) Bulhão Pato, Faíscas de fogo morto, Lisboa, Typ. da Academia Real das Sciências, 1908
Tema: Bulhão Pato
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